segunda-feira, 21 de abril de 2008

ser profundo...


lá no fundo não tem luz
que reluz e dá sabor
ventos, cabelos e nús
despenteando o amor

nem a dor é cor vermelha
o rancor te dói a veia
faz o peso ser tão peia
que carrega à vida alheia

com os gritos e murmurios
infectando alguns rios
lençois freaticos e bebidas
avassalador de vidas

prefiro a cor da fruta viva
a rapariga toda perdida
de amores e desejos
esperando uma mordida

e engordar e esfalecer
melhorar e fazer de novo
cada momento novo gozo
e se a hora merecer
tudo de novo

isso sim
ao invés de poço
ser profundo
ser de novo


Felipe Amarante
(um presente que ganhei)
figura: The Garden (Miró)

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